Sempre quando fecho os olhos parece que ainda estou na velha casa de
madeira. Esta lembrança me acompanhará por toda a vida e me volta à memória
sempre que o maravilhoso acontece.
Um longo caminho era percorrido, estrada reta e de pouca vista, duas pontes,
horas arrastadas. Então, era descer do carro e lá estaria ela de pé em frente
ao portão da velha casa de madeira, a razão de toda a maravilha da experiência.
Sabe como é se perder em abraço de portão? Braços curtos e cintura gorda.
E não é que eu conseguia?! O legal era uma mão dar com a outra do outro lado
formando um laço! Depois disso era olho no olho, coração batendo apressado. Vó e neta, abraço e laço.
Parece até um quadro, vó, casa, portão, cachorro, pé de limão.
Com a tarde azul e as noites perfumadas,
o bom era dormir abraçada.
Casa de madeira, portão, abraço, laço, máquina fiando, cachorro latindo,
batatas fritas bem coradas, fumo de corda, tomates cor de rosa. A magia com sorte duraria
um mês.
Mas passou tão depressa. Daí difícil mesmo era entrar de novo no carro,
aí sim o caminho ficava sem vista, se estendiam as pontes e as horas antes
arrastadas, agora sem fim. Então era choro, aperto no peito, laço
desfeito, saudade que não acabava. Ano que vem vai ter de novo? E teve..., por muitos
anos ela ainda esteve lá, parada em frente ao portão da velha casa de madeira.
A Saudade de Juana Correia é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
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